Jamais te
trairei! Serei até ao fim teu guardião fiel, quer esteja a teu lado, quer nos
separem distâncias intermináveis, e em tempo algum protegerei teus inimigos.
E não te
deixes dominar pelo cansaço enquanto pastoreias tuas desventuras.
Incita o
coração com justas reprimendas, pois elas estimulam as pessoas sábias!
O leito
nupcial onde o destino une o homem e a mulher, recebe a proteção de um direito
divino, cuja força enorme excede a que garante os santos juramentos.
Insultar
quem não nos deu qualquer motivo para ser denegrido ou mesmo censurado, além de
ser injusto é contra a equidade.
Digo que os
juramentos não têm o poder de transformar uma injustiça em ato justo.
Às vezes o
temor é bom e deve,
como se
fosse um guardião da mente,
manter-se
vigilante em seu lugar.
É útil
aprender sabedoria
tendo por
mestre o próprio sofrimento.
Quem não
refreia o coração com o medo
- tanto as
cidades como os habitantes –
não é capaz de curvar-se à justiça.
Não deveis
submeter-vos nesta vida
nem à
anarquia nem ao despotismo.
Sempre a
prudência é vitoriosa
pois
deram-lhe os deuses o privilégio
de limitar
até os seus poderes.
A insolência
é filha predileta
da falta de
respeito às divindades;
ao
contrário, a felicidade nasce
da sã razão,
e todos os mortais
clamam por
ela em suas orações.
A lei
suprema impõe que se venere
o altar santificado da justiça
em vez de com pás ímpios ultrajá-lo
cedendo à sedução de uma vantagem;
o castigo virá e ao desenlace
nenhuma criatura escapará.
Então,
elevem-se acima de tudo
o respeito
sempre devido aos pais
e a hospitalidade a quem a pede.
Quem por si
mesmo e sem constrangimento
sabe ser justo, será venturoso
e nunca estará totalmente morto.
Mas o contestador audacioso
curvado ao peso de muitas riquezas
amontoadas de qualquer maneira
e contra os mandamentos da justiça,
será forçado no devido tempo
- isso eu garanto! - a recolher as velas
quando a tormenta de castigos duros
cair com violência sobre a nau
partindo o mastro que lhe foge às mãos;
ele faz preces que ninguém escuta
e luta inutilmente pela vida
sob o açoite
das vagas revoltas.
Os céus riem
ao ver o insolente
que não pôde
prever a hora trágica
e agora desespera ao enfrentar
tamanha
desventura sem remédio,
incapaz de vencer os vagalhões.
No choque violento e irresistível
contra os
escolhos da justiça atenta
o infeliz vê naufragar, perdido,
sua prosperidade anterior
e sem uma lamentação sequer
perece para ser logo esquecido.
Sem comentários:
Enviar um comentário