Vestidos de farrapos, sujos,
semi-esfomeados, agressivos, soltando palavrões e fumando pontas de cigarro,
eram, em verdade, os donos da cidade, os que conheciam totalmente, os que totalmente a
amavam, os seus poetas.
Sua vida era uma vida desgraçada de menino
abandonado e por isso tinha que ser uma vida de pecado, de furtos quase
diários, de mentiras nas portas das casas ricas. Por isso na beleza do dia
Pirulito mira o céu com os olhos crescidos de medo e pede perdão a Deus tão bom
(mas não tão justo também...) pelos seus pecados e os dos Capitães da Areia.
Mesmo porque eles não tinham culpa. A culpa era da vida.
A boa intenção não desculpa os maus actos.
A liberdade é como o sol. É o bem maior do mundo.
A greve é a festa dos pobres.
Um dia a gente muda o destino dos pobres…
"A boa intenção não desculpa os maus actos." Os fracos julgam e excluem, os fortes incluem e compreendem.
ResponderEliminarCAPITÃES
ResponderEliminarTudo isto é culpa da vida,
Este a anos ainda tão curtos
Já terem tantas feridas
Nas costas quanto têm furtos
Nos bolsos sempre tão imundos:
Bolsos quando eles os têm.
O sol é o maior bem do mundo:
No mundo não têm a quem,
Não têm quaisquer mais pudores
A viver suas vidas vadias
De os seus primeiros amores
Descobrir ora às vadias
Ora a rolar às areias
Puxando a roupa das pretas
Que passam tais quais sereias
Sorrindo as pontas das tetas;
E deles nunca há quem cuide
Feito a sua mãe-irmã cuidou:
Traída pela própria saúde
Uma estrela se tornou...
19 de novembro de 2012 – 22h 51min
João Pessoa - Paraíba - Brasil
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De viver a insubmissa
Vontade: eterna num talho
Triste ainda sorri a justiça,
Chefe e vestida em frangalhos.
Não lhe importou por qual custo
Ao quase desafiar morte
Um talho haver por ser justo:
Chefe e não por ser mais forte.
Que o sol é como a liberdade,
A vida sendo tão dura,
Os capitães da cidade
Têm no frio da noite escura:
Nas areias brancas do cais,
À porta a escuridão,
Todos dormem em paz
Se o seu punhal dorme à mão...
Mais que muitos tem mais quilos
E dorme tal que em deleite,
O grande muito tranqüilo
Do riso alvo como leite...
20 de dezembro de 2012 – 11h 25min
João Pessoa - Paraíba - Brasil
Adolfo J. de Lima
(Ainda inacabado: se o mei livro não estivesse emprestado...)