No saber
está a precaução das ações.
Estrangeiro
em terra estrangeira, infeliz, resigna-te a odiar o que à cidade não é caro e o
que lhe é caro, a venerar.
A ninguém
vem vingança fatal por vingar-se do que antes se sofreu. Enganos que outros
enganos compensam retribuem dor e não favor!
Que homem
nobre não é o seu próprio aliado?
Se pelos progenitores
alguém padece, não se deve ter em mente o padecer.
Terrível é
despertar um mal que jaz (…)
Sei que sou
homem e que do amanhã não cabe maior parte a mim do que a ti.
A irritação
em males é improfícua!
Muitas
vezes, ameaças com muitas palavras vãs ameaçam sob o efeito da ira. Mas, quando
a mente torna-se senhora de si, as ameaças deixam de o ser.
Que
satisfação é essa: amar alguém contra sua vontade?
Como se
alguém nada concedesse a ti,
que rogasses
obter algo, nem te quisesse ajudar,
mas, quando
tivesses o coração saciado do que desejas,
então
concedesse, quando o favor não fosse favor!
Acaso não
acharias vão esse prazer?
Porém,
também tu me ofereces algo tal:
nas
palavras, nobreza; nas ações, males.
Não ordenes
sobre o que não tens poder!
Na causa
justa, até o fraco vence o forte.
Para a ira
não há velhice, apenas morte. Aos que morrem nenhuma dor tange.
Os bens
obtidos por dolo e não por justiça não se conservam!
Ao genitor
toda prole é cara!
Nada disso
(…) tem importância para nós, pois nos ocupamos em tornar a vida ilustre mais
com feitos do que com discursos.
Um homem não
deve menosprezar um facto!
Quem a um
maior quinhão
de vida aspira
e deixa passar
a medida, ao
meu ver, será
manifestamente
estulto.
Posto que os
longos dias
muitas
provas imputam,
que mais ao
pesar se avizinham,
não verias
onde está o prazer
quando se
vai além do que convém.
(…)
Mas, posto
que se vem à luz,
tornar
célere para lá, de onde
se veio, é o
melhor a fazer.
Quando passa
a juventude,
portadora de
brando desatino,
que golpe de
cruezas sem fim se exclui?
Que suplício
não se inclui?
Ocídios,
facções, prélio, pelejas
e inveja. E,
por fim, sobrevém
a
desprezada, incapaz, inabordável
senectude
privada de amigos,
onde todos
os males dos males coabitam.
Eis o
infeliz! Nisto não estou só!
Muitas
palavras, aprazíveis em algo, irritantes ou que causam piedade, provém de algum
modo, alguma fala aos afónicos.
Ao bom
general cabe dizer coisas úteis e não insuficientes.
(…) aos
males ninguém está imune!
Cessai e não
mais desperteis o lamento! Pois essas coisas estão totalmente garantidas!
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